quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Efemérides da História Lusófona: #4 A proclamação da República Brasileira (15 de novembro de 1889)

– Antecedentes –

     No dia 15 de novembro de 1889, o regime monárquico imperial é derrubado no Brasil instaurando a Primeira República.
A última fotografia da família imperial brasileira, por Otto Hees, 1889.


     Nos anos que antecederam este momento revolucionário, o clima político fora propício a este acontecimento. A governação de D. Pedro II, imperador do Brasil, está em boa parte na origem da crise política que se instala. Por um lado, não tivera descendentes masculino o que colocava a sucessão ao trono nas mãos da sua filha, D. Isabel. Casada com um príncipe francês, Gastão de Orleães, conde d’Eu, e neto do rei de França Luís Filipe, temera-se que o trono brasileiro passasse para as mãos de estrangeiros. Por outro lado, o descontentamento crescia na população. Durante a Guerra do Paraguai (1864-1870), muitos escravos tomaram parte no conflito nas fileiras dos exércitos da Tríplice-Entente (Brasil, Argentina, Uruguai). Uma vez o conflito findado temia-se, por pressão dos antigos amos, que voltassem à sua antiga condição servil. A guerra, devido aos seus elevados custos financeiros, agravou também as dificuldades financeiras sentidas pelo Brasil no final do século XIX, com uma inflação acrescida que deteriorava as condições de vida dos brasileiros, em particular das classes médias. A 13 de maio de 1888, a Lei Áurea decreta o fim da escravatura em terras brasileiras. Na esperança de alcançar indemnizações, os antigos esclavagistas aderem à causa republicana, fervente opositor ao regime monárquico.
     O contexto político, social, económico, mas também religioso com profundas divergências entre a instituição clerical e o poder político, abre as portas a transformações drásticas no Brasil.



– O golpe militar –
     Sob o comando do Marechal Deodoro da Fonseca, o golpe de estado inicia-se. O quartel-general do Rio de Janeiro, assim como o Ministério da Guerra, são ocupados sem grande resistência. Os destacamentos ali presentes, chefiados pelo general Floriano Peixoto, recusam-se a disparar sobre os insurrectos. No seguimento, e já na tarde de 15 de novembro, o Marechal Deodoro da Fonseca proclama, no Rio de Janeiro, a Primeira República Brasileira (apelidada de “República Velha” em oposição ao período republicano seguinte, a “República Nova”). O momento solene tem lugar na Praça da Aclamação (atual Praça da República no Campo de Santana).
A proclamação da República, por Benedito Calixto, 1893, Pinacoteca Municipal de São Paulo.


– Os símbolos do novo regime –
     No seguimento da proclamação, é organizado um governo provisório chefiado por Deodoro da Fonseca. E escolhida uma primeira bandeira nos moldes do estandarte dos Estados Unidos mas que, no entanto, irá permanecer durante quatro dias. No dia 19 de novembro de 1889, surge o atual estandarte (atualizado várias vezes desde então com o acréscimo de várias estrelas referentes aos novos Estados federais). Este dia de 19 de novembro é conhecido, no Brasil, como do Dia da Bandeira.
Bandeira da República Brasileira de 15 a 19 de novembro de 1889.

     É também composto um hino republicano celebrando a proclamação da República (o qual fora inicialmente pensado como hino nacional brasileiro).

Hino à Proclamação da República (1890)
Letra: Medeiros e Albuquerque
Música: Leopoldo Augusto Miguez
Seja um pálio de luz desdobrado.
Sob a larga amplidão destes céus
Este canto rebel que o passado
Vem remir dos mais torpes labéus!

Seja um hino de glória que fale
De esperança, de um novo porvir!
Com visões de triunfos embale
Quem por ele lutando surgir!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

Nós nem cremos que escravos outrora
Tenha havido em tão nobre País...
Hoje o rubro lampejo da aurora
Acha irmãos, não tiranos hostis.

Somos todos iguais! Ao futuro
Saberemos, unidos, levar
Nosso augusto estandarte que, puro,
Brilha, avante, da Pátria no altar!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

Se é mister que de peitos valentes
Haja sangue em nosso pendão,
Sangue vivo do herói Tiradentes
Batizou este audaz pavilhão!

Mensageiros de paz, paz queremos,
É de amor nossa força e poder
Mas da guerra nos transes supremos
Heis de ver-nos lutar e vencer!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

Do Ipiranga é preciso que o brado
Seja um grito soberbo de fé!
O Brasil já surgiu libertado,
Sobre as púrpuras régias de pé.
Eia, pois, brasileiros avante!
Verdes louros colhamos louçãos!
Seja o nosso País triunfante,
Livre terra de livres irmãos!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!




























Alegoria da República, por Manoel Lopes Rodrigues, 1896, Museu de Arte da Bahia.
A atual configuração dos Estados federados na bandeira brasileira.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

História 3ème/1ère - Estudo de obra: "A Guerra" - Otto Dix

Estudo de uma obra de arte: A Guerra, de Otto Dix

Tema: A Primeira Guerra Mundial

A Guerra, de Otto Dix.
Pintura a têmpera, suporte de madeira (1929-32);
painel central: 204 X 204 cm, painéis laterais 204X 102cm.
Museu de Belas Artes de Desde, Alemanha.

DESCRIÇÃO PORMENORIZADA:
Soldados a caminho da frente de batalha
Campo de batalha destruído, carnificina, a “terra de ninguém”, um só soldado escapa usando uma máscara.
Regressando da frente, um sobrevivente (O.Dix, autoretrato) trazendo feridos.
Soldados mortos, como num caixão. O painel de baixo dá aos mortos o repouso e a sepultura que os combates negam.
Bubões, referência à peste negra e ao quadro de Jerónimo Bosch, A tentação de Santo Antão, séc. XV.


Otto Dix deixa ver aqui a influência dos trípticos religiosos da Idade Média.
Tríptico dos Sforza, de Rogier Van der Weyden, meados do séc. XV

PROBLEMÁTICA: Como é que o artista nos transmite a ideia da “violência de massa ?”

1. Biografia :
Otto Dix,1891-1969, pintor alemão influenciado pelo expressionismo; participou na Primeira Guerra Mundial e combateu na frente de batalha, nas trincheiras, em França, e na frente oriental, sendo pois um testemunho direto e ocular. Traduziu essa experência combatente nos seus trabalhos. A partir de 1919, a sua obra começa a mostrar aspetos antimilitaristas e de recusa da guerra. Com a chegada dos nazis ao poder, a partir de 1933, os seus trabalhos são considerados “degenerados” e proibidos. Conhece a consagração, nacional e internacional, depois de 1945. 

2. Vocabulário:
Expressionismo: Movimento artístico nascido na Alemanha no início do séc. XX onde a preocupação maior é a intensidade da expressão, opondo-se assim ao impressionismo; os artistas exprimem as suas emoções através dos temas escolhidos e das cores. Além da pintura, esta corrente estende-se também à música, literatura ou ao cinema, em particular nos anos vinte (os “loucos anos 20”!) e numa Alemanha vencida e humilhada pela derrota na Grande Guerra. 
Têmpera: Técnica bastante antiga que utiliza uma cor algo diluida com água, que se vai tornando mais espessa com a adição de goma ou ovo. 
Retábulo: Pintura sagrada em voga sobretudo na época medieval. Otto Dix terá sido influenciado em particular por Matthias Grünewald e o seu retábulo de Issenheim (1512-1516; Museu de Unterlinden, Colmar). Pretende-se assim dar um dimensão quase sagrada com a morte e a degradação dos corpos omnipresente. 
Tríptico: Pintura em três partes, com um painel central fixo e dois laterais que se podem fechar; pode apresentar um painel inferior: a pradela. 

3. Técnica:
Tríptico inspirado pelos retábulos medievais. Usa a têmpera que permite uma melhor representação das transparências. O artista efetuou uma longa preparação com desenho a lápis, uma primeira versão a aguarela e alguns cartoons

4. Mensagem
Versão contemporânea do sofrimento humano, a guerra, através do martírio dos soldados. A precisão e os detalhes mostram o horror da guerra e dão uma ideia quase irreal da mesma, acentuando o seu aspeto atroz e absurdo. 
Uma hipótese de interpretação do quadro frequentemente avançada é a de um ciclo sem fim no qual a obra fecharia os soldados e os espetadores: partida/combate/regresso/repouso/partida/combate/regresso/repouso/partida /... 

5. Questionário
Observando atentamente o quadro de Otto Dix, responda de forma breve às seguintes questões .


a) Apresente a obra. 

b) Quando foi realizada a obra? Que período evoca? 
c) Descreva as diferentes partes do tríptico. Mostre que a pintura reflete a experiência do seu autor. 
d) Qual é a mensagem que o artista nos quer transmitir?

e) Como é que esta obra nos mostra a violência da guerra?
Os efeitos do gás
Gassed, de John Singer Sargent, 1919
Combates no alto do Hartmannswillerkopf, de F.Ch. Baude
f) Descreva o quadro de Jonh Singer Sargent
g) Que ideia lhe é dada pelo quadro de F. Ch. Baude?
i) Compare a obra de Otto Dix com as duas outras aqui sugeridas.


Alô Brasil! Aquele abraço...

Aqui vamos nós atravessar novamente a imensidão do Oceano... Até junho!

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Visita de Estudo: 6ème PMC

A turma de 6ème PMC juntamente com a prof. de Língua Portuguesa, Carla Lourenço, a Sra. Vanda Lopes (mãe da aluna Inês Ferreira), que gentilmente nos acompanhou, e a Sra. Maria Marques, funcionária do museu e mãe do aluno Lucas Marques. Ah, e também o prof. de História, Miguel Guerra, a fazer de fotógrafo...

     Na segunda-feira, 04 de novembro de 2013, os alunos da turma de 6ème do Collège Pierre et Marie Curie, de Le Pecq, visitaram o Museu de Arqueologia Nacional, em Saint Germain-en-Laye. A visita consistiu na descoberta do espólio do museu referente aos períodos pré-históricos do Paleolítico e do Neolítico.


O castelo de Saint Germain-en-Laye onde se encontra sediado o museu.

     Segue um resumo da visita...
Atentos às explicações da guia do museu...

– O PALEOLÍTICO (2,9M - 11 000 a.C.) –

     O Paleolítico, a Antiga Idade da Pedra ou ainda a Idade da Pedra Lascada, corresponde ao período inicial e ao mais longo da era do Quaternário. O termo foi criado em 1865 e baseia-se na existência de utensílios de pedra lascada. Na Europa, podemos dividi-lo em três períodos: Inferior, Médio e Superior. 


Homo habilis, o primeiro hominídeo

     O início do Paleolítico coincide com o aparecimento do Homo habilis, o primeiro representante da espécie humana, que viveu em África entre 2,5 e 1,3 milhões de anos. Estes homens, instalados nas margens de rios ou de lagos, alimentavam-se de vegetais que recolhiam e de animais que caçavam, eram caçadores-recoletores.


Homo erectus, o primeiro europeu
     Entre 1,8 e 0,7 milhões de anos, o Homo erectus, sucessor do Homo habilis, conquista pouco a pouco todas as regiões temperadas da Terra (África, Ásia, Europa). O clima alterna períodos frios e temperados e é nesta altura que aparecem os primeiros instrumentos simétricos, os bifaces, produzidos através de uma técnica de fabrico que irá permanecer durante longos milénios. A lascagem consiste no desbastamento de um bloco de pedra, o núcleo, através da percussão com outra pedra ou osso, o percutor. Os bifaces são os instrumentos dominantes na cultura acheuliana (do nome da aldeia de Saint-Acheul, no norte de França). O aperfeiçoamento desta técnica permitiu a produção de instrumentos cada vez mais precisos como raspadores e pontas de azagaia.

O Homem de Neandertal e o Paleolítico Médio (200 000 - 40 000)
     Este hominídeo, que surge há cerca de 200 000 anos durante o Paleolítico Médio, povoou grande parte do continente eurasiático, inclusivamente as zonas montanhosas como os Alpes e os Pirenéus, assim como as regiões glaciares nórdicas. Por volta de –90 000 anos, uma nova etapa é alcançada já que surgem as primeiras preocupações não utilitárias; o Homem de Neandertal, tal como o homem moderno, sepulta os seus mortos. Os vestígios deixam crer que eram praticados rituais e que existiam crenças complexas em torno da morte.
Raspadores em sílex

Homo sapiens sapiens e o Paleolítico Superior (40 000 - 11 000)
     O homem moderno, Homo sapiens sapiens, viveu grandes alterações climáticas que alternaram períodos de frio intenso, com diversas glaciações, e períodos temperados, dando origem ao aparecimento de uma densa vegetação. Durante o período mais intenso da glaciação, o nível do mar encontrava-se cerca de 120 metros abaixo do nível atual. As técnicas de lascagem, cada vez mais perfeitas, permitem o fabrico de utensílios diversificados para tarefas distintas: lâminas e facas, para despedaçar e talhar a carne; raspadores, para trabalhar as peles e as madeiras; buris e furadores, para o trabalho do osso e das pedras mais macias, permitindo fabricar agulhas para a confeção do vestuário em peles, arpões para a pesca, etc.; pontas de azagaia e de lança, usadas na caça.
     Grande parte dos animais caçados pelo Homo sapiens sapiens permanece, na atualidade, no continente europeu. Renas, cavalos, bisontes, antílopes, camurças (ou cabra-montesa), mas também espécies desaparecidas como o auroque, o mamute ou ainda o rinoceronte-lanudo, constituíam a caça predileta e a principal fonte de alimento para estes homens. Estes grupos de caçadores-recoletores eram nómadas, seguindo a migração dos animais (renas, cavalos), procurando recursos sazonais (vegetais, pesca do salmão), mas também pela necessidade de se encontrar com outros grupos humanos para trocar bens ou participar em tarefas rituais. Para além dos vegetais, outras matérias são coletadas como o sílex, uma pedra muito dura e cortante, e os seixos, nos leitos dos rios.
     O habitat destes homens não era sempre o mesmo, vivendo em cavernas (como na gruta de La Madeleine, na Dordonha) mas também ao ar livre. Os acampamentos eram temporários, utilizados durante várias semanas ou durante uma estação. Nas planícies do norte e do leste da Europa, os acampamentos são regra, construindo-se cabanas em madeira. Nas regiões mais amenas da Europa ocidental, os acampamentos são organizados em torno da fogueira que serve para cozinhar os alimentos, alumiar-se, aquecer-se, aperfeiçoar o fabrico de certas armas e utensílios.
     Neste mundo povoado de animais, o homem vive em comunhão com a natureza e sente a necessidade de expressar essa união através diversas representações simbólicas. Foram descobertas pelos arqueólogos numerosas estatuetas de cavalos, ursos, leões, mamutes assim como objetos decorados com figuras animais (propulsores de azagaias, bastões), mas as gravuras e pinturas rupestre (arte parietal) foram, sem dúvida, as mais grandiosas representações executadas pelos homens do Paleolítico Superior. Em contrapartida, a figura humana teve uma representação secundária.
Propulsor para azagaias

     O homem do Paleolítico Superior preocupa-se cada vez mais com a morte; os arqueólogos encontraram vários vestígios de sepulturas contendo, por exemplo, o esqueleto de uma criança adornada com um colar de contas e conchas. Os corpos são enterrados no próprio habitat. Os cultos e rituais em torno da morte são diferentes em função da região, no entanto, é possível afirmar que a preocupação com a morte é constante nestas comunidades humanas.
A famosa Vénus de Brassempouy, também conhecido como Dama do capuz

– O NEOLÍTICO (11 000 - 3 000 a. C) –

     O Neolítico, a Nova Idade da Pedra, é conhecido também por a Idade da Pedra Polida, devido à nova técnica de produção de instrumentos então desenvolvida: o polimento. No entanto, este período caracteriza-se sobretudo pelas grandes transformações económicas e sociais que sofreu, num período também apelidado de Revolução Neolítica.
Pedra de polimento


As inovações técnicas

     O polimento da pedra transformou a vida das comunidades humanas, permitindo usar outras pedras para além do sílex e criar outro tipo de instrumentos como o machado e a enxó. Estes dois utensílios com pedra polida, usados no trabalho da madeira, surgem com o aparecimento das florestas europeias que se desenvolvem com o fim do período glaciar. Para abater as grandes árvores que florescem pela Europa são necessários utensílios robustos e sólidos.

     O aparecimento da cerâmica é o resultado da primeira utilização técnica do fogo. A produção de vasos de terracota é feita no solo em pequenos buracos onde a temperatura atinge os 800ºC. Suportando o contacto do fogo, a cerâmica vai alterar os hábitos alimentares das comunidades humanas (sopas e papas cozem longamente nas brasas).
Utensílios neolíticos em cerâmica

     A tecelagem é outra das atividades artesanais (com a cerâmica e a cestaria) que caracteriza o período neolítico. Porém, chegaram até nós poucos vestígios (alguns fragmentos de tecido, solas de sapatos em corda). Os utensílios usados são mais frequentes: pesos de teares, pentes de cardagem, agulhas.

Uma nova economia
     A caça e recoleção continuam a ser atividades importantes no quotidiano das comunidades neolíticas, porém, é adotada uma economia de produção com o aparecimento da agricultura e da pastorícia. As práticas alimentares transformam-se radicalmente. Cultivam-se plantas gramíneas como a cevada e o trigo, assim como legumes como a ervilha e a lentilha. Essas primeiras culturas surgem no Médio Oriente, na região do Crescente Fértil. Os vestígios arqueológicos revelaram um grande número de mós manuais e de lâminas de foices. Os grãos eram armazenados em silos escavados na terra ou em grandes cestos de vime. 
A criação de ovelhas e cabras, vindas do Médio Oriente, de vacas e de porcos fornece carne para a alimentação. Mais tarde, são aproveitados o leite, a lã ou ainda a força de tração destes animais. O cavalo será domesticado nos finais do Neolítico tal como o fora o cão durante o período paleolítico.

Aldeamentos, especialização e trocas
     Os primeiros aldeamentos são constituídos por uma dezena de casas concebidas para durar. Estas habitações eram fabricadas em madeira e taipa (mistura de palha e argila), por vezes com fundações em pedra.
Com a sedentarização, os homens especializam-se em certas atividades. Assim sendo, precisam de obter o que já não têm tempo de fabricar através da troca com o que produz em excesso: por exemplo, lâminas em sílex originárias do centro de França foram descobertas pelos arqueólogos na Suíça e na Holanda! 

Venerar os mortos
     A cada aldeia, o seu cemitério… Com o sedentarismo, as necrópoles surgem ao lado dos aldeamentos. Num primeiro tempo, a sepultura é individual: o defunto é acompanhado de alguns objetos funerários como colares, vasos e utensílios de pedra. A partir do 4º milénio a. C., em toda a fachada atlântica da Europa (desde as ilhas britânicas até à Península Ibérica e Portugal) surgem imponentes monumentos de pedra, os megálitos. No entanto, poucos são os que tinham o privilégio de serem sepultados em antas ou junto de menires, por isso pensa-se que estava reservado a pessoas importantes nas comunidades. A partir do 3º milénio, as sepulturas individuais voltam a ser mais numerosas, o que deixa pensar que começam a estabelecer-se diferenças sociais em função da riqueza e da influência dentro dos grupos humanos.
Esqueleto feminino com adornos

Arte e religião

     É extremamente difícil entender o pensamento religioso destas comunidades humanas tendo em conta que não conhecem a escrita. Contudo, foram descobertas estatuetas em terracota, pedra ou osso que reproduzem a figura humana e, em particular, a mulher. A omnipresença da natureza na vida do homem levam-no a criar divindades ligadas aos seus ciclos (dia e noite, estações do ano). Por isso, a fecundidade da mulher e dos solos são frequentemente associadas.


– ALGUMAS PERGUNTAS PARA AVALIAR... –

1. Que outro nome é dado ao Paleolítico, a Antiga Idade da Pedra?
2. O que permitiu o domínio do fogo (3 exemplos)?
3. Para que servia o propulsor?
4. Que hominídeo corresponde ao homem atual?
5. Que outro nome é dado ao Neolítico, a Nova Idade da Pedra?
6. Que atividades artesanais foram descobertas durante a Revolução Neolítica?
7. Que nome damos à economia do período neolítico?
8. Que nome damos às grandes construções funerárias em pedra do Neolítico?


terça-feira, 5 de novembro de 2013

Ciné Club: O Cônsul de Bordéus

     Na próxima sexta-feira, o Ciné Club do Lycée International projeta o filme dos realizadores Francisco Manso e João Correia, «O Cônsul de Bordéus», com Vítor Norte, João Correia ou ainda Leonor Seixas nos papéis principais. Em forma de introdução, a projeção será apresentada pelo prof. Miguel Guerra.
Sexta-feira, 08 de novembro de 2013, pelas 17h15, no anfiteatro do "Château d'Hennemont".


Inauguração do blog da Secção Portuguesa!

Aqui poderão encontrar todo o tipo de atividades desenvolvidas pelos alunos e pelos professores das diferentes turmas da secção portuguesa do Lycée International, do Collège Pierre et Marie Curie e da Escola Primária Normandie-Niémen.
Bem-hajam!